Revestimento a base de amido de mandioca prolonga a vida útil de aspargos verdes
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Revestimento a base de amido de mandioca prolonga a vida útil de aspargos verdes


O aspargo é uma hortaliça muito valorizada na gastronomia. Além de seu sabor especial, é rica em fibras, compostos antioxidantes e bioativos, apresentando baixos índices calóricos. Entretanto, devido ao conteúdo de enzimas, e alta taxa de respiração, a vida pós-colheita da hortaliça é curta, de alguns dias, dependendo da temperatura de armazenamento. As alterações observadas são perda de peso, cor e firmeza, dentre outros parâmetros de qualidade. O uso de embalagens modificadas (MAP), bem como de coberturas comestíveis a base de carboidratos, ambos associados à refrigeração, são técnicas pós-colheita pesquisadas para a conservação da hortaliça fresca (Anastasiadi et al., 2022).
Nesse contexto, pesquisadores da Universidade Federal do Semi-Arido, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa e Universidade de Cranfield (Inglaterra), avaliaram o uso de revestimentos comestíveis a base de mandioca para o prolongamento da vida útil da hortaliça. Os resultados foram apresentados no artigo “Validade de aspargos verdes usando revestimento de mistura de mandioca e quitosana”, publicado no volume 27(2024) da revista Brazilian Jounal of Food Technology. O estudo é inovador, uma vez que não há referências com relação ao uso da fécula em filmes comestíveis para o aspargo.
Foram desenvolvidas inicialmente três soluções filmogênicas, preparadas de acordo com Oliveira et al. (2018): T1, com amido de mandioca 2,5% (m/v); T2, com quitosana 0,5%; e T3, um blend de amido de mandioca (2.5%) e quitosana (0.5%). Os filmes foram analisados quanto à cor e às propriedades mecânicas e de barreiras físicas.
Para a aplicação dos revestimentos, os aspargos foram previamente higienizados e cortados (15 cm). As amostras foram, então, mergulhadas nas soluções filmogênicas por 5 minutos, e em seguida resfriadas a 23ºC (75% de umidade relativa) por 2 horas, para a formação da cobertura. Um tratamento controle foi realizado com água deionizada. Ao final, as amostras foram acondicionadas em bandejas envoltas com filme comercial (cloreto de polivinila), e mantidas a 7°C (70% de umidade relativa), por sete dias, em uma câmara de armazenamento. Empregou-se luz artificial, simulando as condições de varejo. Análises físicas e químicas foram realizadas ao final do período.
Os resultados mostraram que o filme T3, obtido com a mistura dos aditivos pesquisados, apresentou melhores propriedades mecânicas, bem como melhores taxas de permeabiliade do vapor de água. As amostras revestidas com o referido filme apresentaram menor perda de peso, alterações mais discretas da cor e da textura.
O estudo revelou ser possível prolongar a qualidade da hortaliça por até 7 dias, um período mais interessante comercialmente. Embora a produção brasileira de aspargos ainda seja pequena, o mercado consumidor está mais exigente, e vem intensificando a demanda da hortaliça na forma fresca. A tecnologia desenvolvida, portanto, traz contribuições para a cadeia produtiva, permitindo a expansão de mercado para diferentes regiões.

Revisado por SciELO em Perspectiva.

Referências
Anastasiadi, M., Collings, E. R., & Terry, L. A. (2022). Investigating the role of abscisic acid and its catabolites on senescence processes in green asparagus under controlled atmosphere (CA) storage regimes. Postharvest Biology and Technology, 188, 111892. PMid:35664649. http://dx.doi.org/10.1016/j.postharvbio.2022.111892

Oliveira, V. R. L., Santos, F. K. G., Leite, R. H. L., Aroucha, E. M. M., & Silva, K. N. O. (2018). Use of biopolymeric coating hydrophobized with beeswax in post-harvest conservation of guavas. Food Chemistry, 259, 55-64. PMid:29680062. http://dx.doi.org/10.1016/j.foodchem.2018.03.101
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Regions: Latin America, Brazil
Keywords: Applied science, Technology, Engineering, People in technology & industry, Business, Food & drink, Science, Agriculture & fishing

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