O que leva algumas mães à depressão perinatal?
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O que leva algumas mães à depressão perinatal?

18/06/2025 BIAL Foundation

Tristeza persistente, fadiga, alterações no sono e apetite ou perda de interesse são sintomas frequentes das mães que sofrem de depressão perinatal. Como evoluem estes sintomas ao longo do tempo? Estudo pioneiro seguiu a trajetória de mães com esta condição e concluiu que a sensibilidade elevada a estímulos internos e externos pode aumentar o risco de depressão, enquanto o apoio do parceiro na gravidez tem um efeito protetor.

O período perinatal é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o intervalo de tempo que começa na 22ª semana de gestação e termina 7 dias após o nascimento do bebé. Esse período é marcado por alterações fisiológicas e psicológicas significativas, o que o torna numa fase difícil para muitas mulheres. Entre 10% a 25% das mulheres são vulneráveis à depressão perinatal, que pode surgir durante a gravidez e prolongar-se até um ano após o parto. Tristeza persistente, fadiga, alterações no sono e apetite ou perda de interesse são sintomas frequentes, com impacto significativo na saúde emocional da mãe e do bebé.

Apesar de a sintomatologia da depressão perinatal estar bem identificada, há menos conhecimento sobre como estes sintomas evoluem ao longo do tempo. Com o objetivo de aprofundar este domínio, um estudo liderado por Maria Spinelli, com o apoio da Fundação BIAL, foi o primeiro a acompanhar a trajetória da depressão perinatal em quatro momentos distintos – no final da gravidez, aos 3 meses, aos 6 meses e aos 9 meses após o parto.

No âmbito deste trabalho, investigadores da Universidade G. d’Annunzio Chieti-Pescara e da Universidade de Pavia (Itália) desenvolveram um estudo longitudinal com 88 mães sem diagnóstico clínico, explorando os papéis de fatores individuais, como a SPS - Sensibilidade ao Processamento Sensorial (que consiste numa maior consciência e reatividade a estímulos internos e externos), e fatores contextuais, como o apoio global do parceiro.

No artigo “Maternal depression during the perinatal period: the role of Sensory Processing Sensitivity and social support and its impact on infants' negative affect”, publicado na revista científica Frontiers in Psychology, os investigadores revelaram que analisaram também o papel da depressão pré-natal no temperamento dos afetos negativos dos bebés como um marcador precoce do ajustamento emocional.

Os resultados mostraram que o humor decai logo após o parto, mas tende a melhorar com o passar do tempo, sendo as mães com elevada sensibilidade e com menor apoio do parceiro mais vulneráveis a sentimentos negativos. A sensibilidade elevada pode então aumentar o risco de depressão, enquanto o apoio do parceiro na gravidez tem um efeito protetor. A investigação revelou ainda que a depressão pré-natal pode influenciar a reatividade emocional do bebé, aumentando particularmente a sua propensão para o afeto negativo, atuando como um fator de stress pré-natal.

Maria Spinelli considera que “este estudo pode ajudar a criar programas de apoio para mães, promovendo um melhor ajustamento emocional para elas e para os seus bebés”. Dado o seu impacto significativo, “a participação do parceiro deve ser uma componente essencial dos programas parentais concebidos para fomentar relações positivas desde o início da gravidez, lançando as bases para uma dinâmica familiar de apoio e uma transição saudável para a parentalidade”, sublinha a investigadora.

Já no que diz respeito à díade mãe-bebé, melhorar e promover o toque interativo afetivo no período pós-parto pode melhorar a ligação entre ambos, reduzindo o stress, com benefícios tanto para o estado emocional materno como para o ajustamento emocional dos bebés. “O papel positivo da experiência tátil pode servir de base a programas de intervenção destinados a promover relações seguras e de apoio no início da vida”, realça Spinelli.

Saiba mais sobre o projeto “131/20 - From inner to dyadic connection: The effect of mindfulness intervention on mother-infant bio-behavioural synchrony” aqui.
"Maternal depression during the perinatal period: the role of Sensory Processing Sensitivity and social support and its impact on infants’ negative affect", Alessandra Sperati, Ilenia Passaquindici, Melba Emilia Persico, Cinzia Di Matteo, Mirco Fasolo, Francesca Lionetti, Maria Spinelli, Front. Psychol., 20 March 2025, https://doi.org/10.3389/fpsyg.2025.1551016.
18/06/2025 BIAL Foundation
Regions: Europe, Portugal
Keywords: Health, Medical, Well being, Science, Life Sciences, Society, Psychology

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